Diabetes: Simples ou Complexo?/Diabetes: Simple or Complex?
- luaemp
- 3 de set. de 2024
- 15 min de leitura

(Imagem retirada de Biologia Net)
Se me perguntam, se devem, pela primeira vez como cuidadores, escolher um cliente com uma patologia menos complexa, eu diria que sim, mesmo para quem fez algum curso na área. Atendendo
a que o nosso público-alvo, na maioria das vezes, são pessoas de idade, que raramente possuem uma patologia “menos complexa”, o problema é encontrar esse cliente.
Se me perguntam se a diabetes é uma dessas patologias… Bem… creio que depende do que entendem por “complexo”.
Podemos dizer que, tal como na demência ou no parkinsonismo, o termo diabetes mellitus, vulgarmente conhecido apenas por diabetes, é um termo que se refere a um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, ou seja, níveis elevados de glicose no sangue, devido à produção insuficiente de insulina ou à incapacidade do corpo a utilizar de maneira eficaz.
Quais são, então, os diferentes tipos de diabetes?
Diabetes Tipo 1: Uma condição autoimune em que o pâncreas pára de produzir insulina, levando à necessidade de terapia com insulina desde o diagnóstico. É mais comum em crianças e jovens, embora também possa ocorrer em adultos.
Diabetes Tipo 2: Resulta da resistência à insulina e é mais comum em adultos, frequentemente associada ao excesso de peso e ao estilo de vida sedentário.
Diabetes Gestacional: Diabetes que ocorre durante a gravidez e geralmente desaparece após o parto, mas aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde.
Outros Tipos Específicos: Existem outros tipos menos comuns de diabetes, que podem ser causados por condições genéticas, doenças do pâncreas, ou como consequência de outras condições médicas e medicamentos.
Os sintomas mais comuns da diabetes:
Sede excessiva
Fome constante
Urina frequente (que pode ter características específicas)*
Cansaço extremo
Visão turva
*Nota: A urina de uma pessoa com diabetes, além de ser frequente, pode ter duas características distintas:
Odor adocicado ou frutado: Devido à presença de glicose na urina, o que é mais comum quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados.
Odor semelhante ao de acetona: Em casos graves, como na cetoacidose diabética (CAD), a urina (e até o hálito) podem apresentar um odor que lembra frutas podres ou acetona. Esta situação requer atenção médica imediata.
O que devemos ter em conta quando cuidamos de alguém com diabetes?
Eu creio que devemos ter em conta quatro pilares básicos:
1 — Alimentação:
Refeições equilibradas: Devemos incentivar uma dieta rica em fibras, vegetais, frutas, proteínas magras e grãos integrais. Evitar carboidratos simples pois são rapidamente digeridos e absorvidos pelo organismo, o que pode causar picos rápidos de glicose no sangue. Aqui estão alguns exemplos:
Açúcar refinado: Como em doces, refrigerantes e sobremesas.
Produtos de panificação feitos com farinha branca: Pães, bolos e biscoitos feitos com farinha branca.
Cereais açucarados: Muitos cereais matinais têm alto teor de açúcar.
Frutas em conserva com calda e compotas: ambas contêm adição de açúcar.
Bebidas açucaradas: Refrigerantes e algumas bebidas de frutas.
O Mel: Apesar de ser um adoçante natural, o mel é composto principalmente de açúcares simples, como frutose e glicose, e pode aumentar rapidamente a glicemia.
Contagem de Carboidratos: Importante para aqueles que usam insulina, ajuda a ajustar a dosagem com base na quantidade de carboidratos consumidos. Há muitas formas de fazer esta contagem a mais rápida é prestar atenção aos rótulos: verifiquem a quantidade total de carboidratos por porção. O rótulo nutricional dos alimentos embalados fornece essa informação.
2 — Actividade Física Regular: Ajuda a controlar a glicemia e a melhorar a sensibilidade à insulina. Caminhadas, natação e ciclismo são bons exemplos. No entanto, é importante medir a glicemia antes e após o exercício para identificar episódios de hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue) e fazer os ajustes necessários à dose de insulina ou outros medicamentos.
3 — Medicação: Seguir rigorosamente o regime de medicamentos ou insulina prescrito pelo médico. Já agora fica a nota que a insulina apesar de dever ser preservada no frigorífico, mas nunca congelada, deve estar à temperatura ambiente antes de ser administrada.
4 — Monitorização da Glicemia: É essencial o controle regular dos níveis de glicose no sangue para ajustar a dieta, medicamentos e actividades físicas conforme necessário. Só assim a podemos manter dentro dos valores pretendidos evitando complicações.
Conselho prático: anotem tudo, mas absolutamente tudo! Desde os alimentos usados nas refeições, aos tempos e tipos de exercícios, os horários e quantidades de medicação e, obviamente, o registo regular dos níveis de glicose. Além de os poderem ajustar, no caso dos dois primeiros, é extremamente útil quando tiverem que comunicar com a equipa médica.
Chegados aqui estarão os perguntar-se: quantas vezes tenho que medir a glicose e de que modo?
Já todos ouvimos falar na célebre “picada no dedo”. Pois, é por aí que vamos… Até porque, apesar de já haver outras formas de o fazermos sem a “picadela” — por exemplo com os Monitores Contínuos de Glicose (CGMs), tipo o Freestyle Libre 3 ou o Dexcom G6, que consistem na colocação de um pequeno sensor sobre a pele que transmite dados a um monitor ou a um smartphone, permitindo a monitorização contínua dos níveis de glicose e emitindo alertas sobre altos ou baixos níveis de glicose —, o melhor é aprender o método tradicional, não vá haver problemas com a Internet 😉
Vamos então ao "como medir a glicemia" vulgo picada no dedo, passo a passo...
A frequência mínima para medir a glicemia pode variar dependendo do tipo de diabetes, tratamento e necessidades individuais, mas geralmente:
Diabetes Tipo 1: o normal é medir a glicemia pelo menos 4 vezes por dia, a primeira em jejum, depois antes do almoço, do jantar e de dormir isto, claro, sempre antes da medicação. Em alguns casos, pode ser necessário medir com mais frequência, especialmente se houver mudanças na dose de insulina ou sintomas de hipoglicemia.
Diabetes Tipo 2: Pode ser suficiente medir a glicemia uma a duas vezes por dia, dependendo do tratamento e controle. Aqueles que usam insulina ou têm dificuldades em controlar os níveis de glicose podem precisar medir mais frequentemente.
Um diabético tem sempre que andar munido de um glicosímetro (medidor de glicose), tiras reagentes, o dispositivo para picar o dedo, (“o picador”), as respectivas agulhas e, se necessário, insulina.
Há muitos clientes que fazem o teste a si mesmo (nem sempre nas melhores condições de higiene), mas outros há que, ou por terem outras patologias associadas, ou pela idade não têm a destreza para o realizar, nem os “timings" certos.
É simples, mas mesmo assim cá ficam as etapas deste procedimento:
Lavar as mãos com água morna e sabão e secá-las bem. Isso ajuda a evitar contaminação e garante uma leitura precisa. (Se forem vocês a colher a amostra, lavem as mãos e coloquem luvas).
Preparar o equipamento, isto é, inserir a tira reagente no medidor de glicose e colocar a agulha no dispositivo de picar o dedo.
Picar a lateral da ponta de um dos dedos (onde a sensibilidade é menor), evitando usar sempre o mesmo dedo para não o massacrar.
Recolher a amostra de sangue, apertando ligeiramente, se necessário, deixando uma gota de sangue sair encostando a ponta da tira reagente na gota. O medidor vai sugar o sangue e começar a análise. O resultado aparecerá no pequeno ecrã do glicosímetro em poucos segundos.
Registar os resultados: o valor, a hora e as circunstâncias (ex.: antes ou após refeição) num diário de glicemia. Vou dizer outra vez : Manter um registro das medições de glicose ajuda a identificar padrões e permite que o médico faça ajustes no tratamento.
Se necessário fazer pressão com algodão para parar o sangramento. Descartar a agulha de forma segura.
Duas notas úteis:
Não espremam demasiado o dedo pois isso pode fazer com que o sangue venha diluído com o fluido intersticial (popularmente conhecido por “aguadilha”) e levar a uma leitura imprecisa.
Não usem o mesmo local para a “picadela” evitando assim o endurecimento ou até mesmo infecções nesse local.
Para cuidadores de pessoas com diabetes, especialmente do Tipo 1, a administração de insulina é essencial. Aqui estão os pontos-chave:
Preparação: Lavar bem as mãos, colocar as luvas e reunir todo o material necessário: a caneta de insulina ou seringa, a insulina (à temperatura ambiente), e um algodão com álcool.
Dosagem e Injeção: Verificar a dose prescrita. Ajustar a dose na caneta ou extrair a quantidade necessária do frasco para a seringa. Há diversos locais onde a injecção pode ser administrada: no abdómen (local mais comum e geralmente o mais recomendado, pois oferece absorção mais rápida e consistente; na parte superior do braço (parte de trás); a frente ou a parte externa da coxa pode ser utilizada, embora a absorção seja mais lenta; nádegas também é uma opção, mas com absorção mais lenta. É importante variar os locais da injecção para evitar endurecimento da pele e lipodistrofia (formação de nódulos de gordura sob a pele).
Inserir a agulha num ângulo de 90° (ou 45° se a pessoa for muito magra), e aplicar a insulina devagar.
Após a injecção, registar a dose e o local da aplicação. Descartar a agulha de forma segura.
Quando procurar ajuda médica?
Sempre que o cliente sentir tremores, sudorese (excesso de suor), confusão ou perda de consciência. Poderá estar em hipoglicemia (baixa glicemia).
Sempre que a glicemia permanecer alta mesmo após a medicação, especialmente acima de 250 mg/dL. Poderá estar e hiperglicemia (alta glicemia).
Sempre que o cliente tiver sintomas incomuns devem comunicar ao médico.
Cuidar de uma pessoa com diabetes envolve mais do que apenas controlar os níveis de glicose. É preciso prestar atenção ao estilo de vida, à alimentação, aos exercícios e seguir rigorosamente o plano de tratamento prescrito. Com cuidados adequados, uma pessoa com diabetes pode viver uma vida plena e saudável.
“Easy peasy”, dizem vocês…
Bem, não se esqueçam que não é assim tão fácil quando estão a lidar com pessoas idosas, habituadas a comer um cem número de porcarias, guloseimas, com uma alimentação muito pouco saudável, já para não dizer que saltam refeições (indo do pequeno-almoço directamente para o jantar), o que só agrava a situação. Lembro também que em muitos casos, a diabetes parece surgir do nada em idades mais avançadas.
É precisamente nesses casos que “a coisa se torna complexa" e que os cuidados devem ser redobrados. A diabetes mal controlada pode levar a várias complicações graves, que afectam não só a qualidade de vida do paciente, mas também a complexidade dos cuidados necessários. Vou só dar-vos alguns exemplos dessas potenciais complicações mais comuns que podem surgir quando a diabetes não é gerida correctamente.
Retinopatia Diabética: A diabetes pode danificar os vasos sanguíneos da retina, levando a problemas de visão e, em casos graves, à cegueira.
Nefropatia Diabética: Isto é, pode causar danos nos rins que pode progredir para insuficiência renal.
Neuropatia Diabética: Os níveis elevados de glicose podem danificar os nervos, especialmente nas extremidades (mãos e pés), causando dor, formigamento e perda de sensibilidade.
Pé Diabético: A combinação de neuropatia e má circulação pode levar a úlceras nos pés que cicatrizam mal e são propensas a infecções. Em casos graves, essas úlceras podem levar à necessidade de amputação.
Doença Arterial Periférica (DAP): Refere-se ao estreitamento e endurecimento das artérias particularmente nas pernas. A DAP resulta da má circulação sanguínea, o que pode causar dor ao caminhar (claudicação), dificuldade em caminhar e, em casos graves, gangrena e necessidade de amputação.
Doença Cardiovascular: Aumenta o risco de várias doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e aterosclerose (endurecimento das artérias) e demência vascular.
Cetoacidose Diabética (CAD): Uma complicação potencialmente fatal que ocorre quando o corpo, devido à falta de insulina, não consegue utilizar a glicose como fonte de energia e começa a utilizar as reservas de gordura. Este processo leva à acumulação de cetonas no sangue, tornando-o ácido e criando uma condição perigosa.
E é isto! Espero ter respondido ou, pelo menos, ter contribuído para a vossa aferição do conceito de “complexo”.
Cá para mim não existem “patologias simples”, muito menos quando trabalhamos com pessoas idosas. Até uma simples infecção bacteriana, que normalmente responde bem a um antibiótico, pode tornar-se num pesadelo…
Creio que devem ter em mente que cada pessoa é única e, portanto, cada abordagem deve ser adaptada às suas necessidades específicas. Isso, e também que com os cuidados certos, uma boa dose de paciência e muito sentido de humor, é possível tornar a gestão de qualquer condição, mais suportável — para nós e acima de tudo, para o cliente…
English Version
If you ask me whether, as first-time carers, you should choose a client with a less complex condition, I would say yes, even for those who have completed some training in the field. Given that our target audience is, more often than not, elderly people who rarely have a "less complex" condition, the challenge lies in finding such a client.
If you ask me whether diabetes is one of those conditions... Well... I believe it depends on what you consider "complex."
We can say that, just as with dementia or parkinsonism, the term diabetes mellitus, commonly known simply as diabetes, refers to a group of metabolic disorders characterised by hyperglycemia, that is, elevated blood glucose levels, due to insufficient insulin production or the body’s inability to use it effectively.
So, what are the different types of diabetes?
Type 1 Diabetes: An autoimmune condition in which the pancreas stops producing insulin, leading to the need for insulin therapy from diagnosis. It is more common in children and young people, although it can also occur in adults.
Type 2 Diabetes: This results from insulin resistance and is more common in adults, often associated with being overweight and a sedentary lifestyle.
Gestational Diabetes: Diabetes that occurs during pregnancy and usually disappears after childbirth, but increases the risk of developing type 2 diabetes later on.
Other Specific Types: There are other less common types of diabetes, which may be caused by genetic conditions, pancreatic diseases, or as a result of other medical conditions and medications.
The most common symptoms of diabetes:
Excessive thirst
Constant hunger
Frequent urination (which may have specific characteristics)*
Extreme fatigue
Blurred vision
*Note: The urine of a person with diabetes, in addition to being frequent, may have two distinct characteristics:
Sweet or fruity odour: Due to the presence of glucose in the urine, which is more common when blood sugar levels are elevated.
Odour similar to acetone: In severe cases, such as diabetic ketoacidosis (DKA), the urine (and even breath) may have a smell resembling rotten fruit or acetone. This situation requires immediate medical attention.
What should we consider when caring for someone with diabetes?
I believe we should consider four basic pillars:
1 — Diet:
Balanced meals: We should encourage a diet rich in fibre, vegetables, fruits, lean proteins, and whole grains. Simple carbohydrates should be avoided as they are quickly digested and absorbed by the body, which can cause rapid spikes in blood glucose. Here are some examples:
Refined sugar: Such as in sweets, soft drinks, and desserts.
Baked goods made with white flour: Bread, cakes, and biscuits made with white flour.
Sugary cereals: Many breakfast cereals are high in sugar.
Canned fruits in syrup and jams: Both contain added sugar.
Sugary drinks: Soft drinks and some fruit beverages.
Honey: Although it is a natural sweetener, honey is mainly composed of simple sugars like fructose and glucose, and can quickly raise blood glucose levels.
Carbohydrate Counting: This is important for those who use insulin, as it helps adjust the dosage based on the amount of carbohydrates consumed. There are many ways to count carbohydrates, but the quickest method is to check the labels: look at the total amount of carbohydrates per serving. The nutritional label on packaged foods provides this information.
2 — Regular Physical Activity: Helps to control blood glucose levels and improve insulin sensitivity. Walking, swimming, and cycling are good examples. However, it is important to check blood glucose levels before and after exercise to identify episodes of hypoglycaemia (low blood sugar) and make any necessary adjustments to insulin doses or other medications.
3 — Medication: Follow the prescribed medication or insulin regimen strictly as directed by your doctor. Note that insulin, while it should be stored in the refrigerator, should never be frozen and should be brought to room temperature before administration.
4 — Blood Glucose Monitoring: Regular monitoring of blood glucose levels is essential to adjust diet, medications, and physical activities as needed. This helps keep glucose levels within the desired range and prevents complications.
Practical Tip: Record everything—absolutely everything! From the foods consumed in meals, to the times and types of exercises, the timing and amounts of medication, and, of course, the regular recording of blood glucose levels. This not only allows for adjustments to be made, in the case of the first two, but is also extremely useful when communicating with the medical team.
At this point, you might be asking: how often should I measure glucose and how should I do it?
We have all heard of the famous "finger prick." Well, that’s where we’re headed… Although there are other methods available that do not involve the "prick" — such as Continuous Glucose Monitors (CGMs), like the Freestyle Libre 3 or the Dexcom G6, which involve placing a small sensor on the skin that transmits data to a monitor or smartphone, allowing continuous glucose monitoring and issuing alerts about high or low glucose levels — it is best to learn the traditional method in case there are issues with the internet 😉
Let’s proceed with "how to measure blood glucose," commonly known as the finger prick, step by step…
The minimum frequency for measuring blood glucose can vary depending on the type of diabetes, treatment, and individual needs, but generally:
Type 1 Diabetes: It is typical to measure blood glucose at least 4 times a day: first thing in the morning before breakfast, then before lunch, before dinner, and before bed—always before taking medication. In some cases, more frequent measurements may be necessary, especially if there are changes in insulin dosage or symptoms of hypoglycaemia.
Type 2 Diabetes: It may be sufficient to measure blood glucose once or twice a day, depending on treatment and control. Those using insulin or having difficulty managing glucose levels may need to measure more frequently.
A person with diabetes should always carry a glucose meter, test strips, a finger-pricking device ("lancet"), the corresponding needles, and, if needed, insulin.
Many clients perform the test themselves (not always under the best hygiene conditions), but others, either due to associated conditions or age, may lack the dexterity to perform it or follow the correct timings.
It’s simple, but here are the steps for this procedure:
Wash your hands with warm water and soap, and dry them thoroughly. This helps prevent contamination and ensures an accurate reading. (If you are taking the sample, wash your hands and wear gloves.)
Prepare the equipment by inserting the test strip into the glucose meter and placing the needle in the finger-pricking device.
Prick the side of the tip of one of the fingers (where sensitivity is lower), avoiding using the same finger repeatedly to prevent damage.
Collect the blood sample by gently squeezing if necessary, allowing a drop of blood to form, and touch the tip of the test strip to the drop. The meter will draw in the blood and begin analysis. The result will appear on the small screen of the glucose meter within a few seconds.
Record the results: the value, time, and circumstances (e.g., before or after a meal) in a glucose log. I’ll say it again: keeping a record of glucose measurements helps identify patterns and allows the doctor to make treatment adjustments.
If necessary, apply pressure with a cotton ball to stop the bleeding. Dispose of the needle safely.
Two useful notes:
Do not squeeze the finger too hard, as this can cause the blood to be diluted with interstitial fluid (commonly known as “dilution fluid”), leading to an inaccurate reading.
Do not use the same site for the “prick” repeatedly to avoid hardening or even infections in that area.
For carers of people with diabetes, especially Type 1, administering insulin is essential. Here are the key points:
Preparation: Wash your hands thoroughly, put on gloves, and gather all necessary materials: the insulin pen or syringe, the insulin (at room temperature), and an alcohol swab.
Dosage and Injection: Check the prescribed dose. Adjust the dose on the pen or draw the required amount from the vial into the syringe. There are various sites where the injection can be administered: the abdomen (the most common and generally recommended site, as it offers quicker and more consistent absorption); the upper part of the back of the arm; the front or outer thigh, though absorption is slower; and the buttocks, which also has slower absorption. It is important to vary injection sites to avoid skin hardening and lipodystrophy (the formation of fatty lumps under the skin).
Insert the needle at a 90° angle (or 45° if the person is very thin) and inject the insulin slowly.
After the injection, record the dose and injection site. Dispose of the needle safely.
When to seek medical help:
Whenever the person experiences tremors, excessive sweating, confusion, or loss of consciousness. They may be experiencing hypoglycemia (low blood sugar).
Whenever blood glucose remains high even after medication, especially above 250 mg/dL. They may be experiencing hyperglycemia (high blood sugar).
Whenever the person has unusual symptoms, they should inform their doctor.
Caring for a person with diabetes involves more than just managing glucose levels. It requires attention to lifestyle, diet, exercise, and strict adherence to the prescribed treatment plan. With proper care, a person with diabetes can lead a full and healthy life.
“Easy peasy,” you might say…
Well, don’t forget that it’s not so simple when dealing with elderly individuals accustomed to eating a wide variety of unhealthy foods and snacks, with very poor eating habits, and sometimes skipping meals (going straight from breakfast to dinner), which only worsens the situation. Also, remember that diabetes often seems to appear out of nowhere in older ages.
It is precisely in these cases that things become complex, and care must be intensified. Poorly managed diabetes can lead to several serious complications, affecting not only the patient’s quality of life but also increasing the complexity of the required care.
Here are some examples of common complications that may arise when diabetes is not managed properly.
Diabetic Retinopathy: Diabetes can damage the blood vessels in the retina, leading to vision problems and, in severe cases, blindness.
Diabetic Nephropathy: Diabetes can cause damage to the kidneys, which may progress to kidney failure.
Diabetic Neuropathy: Elevated glucose levels can damage nerves, particularly in the extremities (hands and feet), causing pain, tingling, and loss of sensation.
Diabetic Foot: The combination of neuropathy and poor circulation can lead to ulcers on the feet that heal poorly and are prone to infections. In severe cases, these ulcers may necessitate amputation.
Peripheral Arterial Disease (PAD): Refers to the narrowing and hardening of the arteries, particularly in the legs. PAD results from poor blood circulation, which can cause pain when walking (claudication), difficulty walking, and, in severe cases, gangrene and the need for amputation.
Cardiovascular Disease: Increases the risk of various cardiovascular conditions, such as heart attack, stroke, atherosclerosis (hardening of the arteries), and vascular dementia.
Diabetic Ketoacidosis (DKA): A potentially life-threatening complication that occurs when the body, due to a lack of insulin, cannot use glucose for energy and starts using fat reserves instead. This process leads to an accumulation of ketones in the blood, making it acidic and creating a dangerous condition.
And that’s it! I hope I’ve addressed or at least contributed to your understanding of the concept of “complex.”
In my view, there are no “simple” conditions, especially when working with elderly people. Even a simple bacterial infection, which typically responds well to antibiotics, can become a nightmare…
Keep in mind that each person is unique, and therefore, each approach should be tailored to their specific needs. With the right care, a good dose of patience, and a lot of sense of humour, it’s possible to make managing any condition more manageable—for us and, above all, for the client…
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